quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sobrevivência


O Inglês Charles Darwim (1809-1882) ficou conhecido por sua teoria da evolução ou a teoria da Seleção Natural. Resumindo, Segundo Darwin, "os organismos mais bem adaptados têm maiores chances de sobrevivência" adaptar-se na natureza é sobreviver, para sobreviver curiosamente precisamos de outras espécies, seja para predá-las, como fonte de alimentação e energia, seja para nos proteger e abrigar, seja para associações benéficas, como a simbiose, termo da biologia para descrever uma associação onde dois seres de espécies diferentes  que se unem para obter vantagens, ou seja, para sobreviver ou simplesmente viver de uma maneira mais confortável.

Existem diversos tipos de interações, inclusive nós humanos participamos de algumas, como por exemplo, nossa interação mutualística com os cães, onde lhe oferecemos comida e abrigo e eles nos oferecem proteção e companhia, e nossa interação predatória com diversos animais e plantas.

Porém existem algumas associações onde literalmente duas espécies diferentes se tornam uma só para obterem benefícios, é o que acontece com os líquens, uma associação entre alga e fungo. A relação entre o componente fúngico e fotossintético não é certamente definida, podendo ser classificada desde um parasitismo até um mutualismo estrito, de forma que o processo é claramente mais vantajoso para os fungos (MARCELLI, 2006) embora as algas (organismo fotossintético). Nesta associação o fungo obtém nutrientes (hidratos de carbono) que não é capaz de produzir sozinho do componente fotossintético, as algas, enquanto o último recebe água, sais minerais e um suporte estável do componente fúngico (MOEL, 2008).

Este é um dos grandes exemplos da natureza onde a adaptação para o sobrevivência transpõe barreiras e deixa claro que mesmos seres diferentes se necessitam. Lei que não está externa ao homem, embora a modernidade e a tecnologia tenha afastado cada vez mais o homem do seu contato com a natureza as interações e a dependência nunca deixou e vai deixar de existir, pelo contrário, quanto mais sofisticada a vida humana se torna, mais dependente se torna dos recursos naturais, enquanto estes se tornam cada vez mais escassos.

Se considerarmos as teorias Darwinianas, será que estamos realmente nos adaptando ao ambiente, ou estamos adaptando o ambiente de forma para sobrevivermos? E a continuidade da espécie, como fica? Estamos “criando” descendentes mais aptos, ou ao contrário, decentes mais dependentes e para um planeta cada vez mais escasso? A teoria de Gaia diz que: “ O planeta é um organismo vivo”, se assim for não estamos apenas nos alto destruindo como estamos destruindo toda a vida ao nosso redor.

        Não seria a hora de olharmos a nosso redor e ver como seres tão simples como fungos e algas encontrou para sobreviver e deixar sua prole as futuras gerações. Talvez Darwim não tenha considerado a questão da simplicidade para a sobrevivência: “quanto mais simples constituir sua forma de viver e quanto menos dependente estiver de outros seres, maiores serão as chances de sobrevivência”. Talvez esta lei não se aplique a todas as entidades existentes, mas aos humanos é uma regra, sendo assim, está mais do que hora de repensarmos o que estamos fazendo contra a nossa espécie e com as outras do nosso planeta. Afinal, as leis naturais não favorecem ou discriminam este ou aquele ser, nela somos todos iguais, todos em busca da sobrevivência.
Líquen, associação entre alga e fungo. 

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