Eu não quero me entorpecer, nem deste vinho beber,
Eu não quero anestésico e nem mesmo analgésico,
Não quero ser enganado e não preciso ser acalmado,
Eu quero é sentir o doce e o amargo do viver.
Deixe meus cabelos embranquecerem e minha pele
envelhecer,
Deixe as horas passarem e o tempo me levar,
Não preciso de distração e tão pouco de ilusão,
Não quero ser alienado e muito menos de persuasão.
Deixe-me viver, me deixe...
Sem fetiches, longe no onírico e perto de alcançar.
Não preciso de placebo, nem de arquétipos.
Apenas deixe acontecer, a verdade, dei-me...
Dei-me:
A natureza com suas feras e flores;
O inverno, a geada e o calor do abraço;
A chuva e a tempestade;
O amor e suas dores.
Eu só preciso de comida e água para sobreviver,
De amor e quietude para sorrir,
De alguém para participar
e dividir.
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