terça-feira, 3 de junho de 2014

Não Obrigado!



Eu não quero me entorpecer, nem deste vinho beber,
Eu não quero anestésico e nem mesmo analgésico,
Não quero ser enganado e não preciso ser acalmado,

Eu quero é sentir o doce e o amargo do viver.



Deixe meus cabelos embranquecerem e minha pele envelhecer,
Deixe as horas passarem e o tempo me levar,
Não preciso de distração e tão pouco de ilusão,

Não quero ser alienado e muito menos de persuasão.



Deixe-me viver, me deixe...
Sem fetiches, longe no onírico e perto de alcançar.
Não preciso de placebo, nem de arquétipos.

Apenas deixe acontecer, a verdade, dei-me... 



Dei-me:
A natureza com suas feras e flores;
O inverno, a geada e o calor do abraço;
A chuva e a tempestade;

O amor e suas dores.



Eu só preciso de comida e água para sobreviver,
De sabedoria para compreender e de forças para me defender,
De amor e quietude para sorrir,
De alguém para participar e dividir.

                    

                                                                                                                                       Ederson Godoy