Segundo
o Comitê Brasileiro de Registros
Ornitológicos (CBRO) (2011) existem no Brasil, 1832 aves catalogadas, ou seja,
para aqueles que almejam fotografar aves, motivos não faltam. No entanto, este
é um dos grupos mais difíceis dentro da fauna de serem fotografados, pelo
tamanho quase sempre diminuto, pela biologia arisca, pelos movimentos rápidos,
pelo habitat e comportamento.
O dossel é um dos habitat preferido
das aves, onde se encontram cerca da metade desses bichinhos (Schmidt 2002). Compreende-se por dossel o ambiente formado
pelo aglomerado de copas de árvores, seus troncos, galhos, folhas e também
epífitas e outras plantas presente no topo das florestas (Matter 2010). Sendo
um dos ambientes mais ricos da terra, abrigando cerca de cinquenta por cento de
todos os organismos vivos existentes, e por sinal é também um dos ambientes
menos conhecido pela ciência.
Considerando os dados acima fica
evidente que para aqueles que almejam fotografar aves ou qualquer outro grande
tema da natureza, fotografar o dossel passa ser quase que uma obrigação, no
entanto, se a fotografia de natureza já impõe suas dificuldades, fotografar
dosséis passa ser mais do que um desafio que requer múltiplos conhecimentos, e
que somente pelo fato de envolver ascensão e altura já assusta e até mesmo
impossibilita muitos entusiastas pela fotografia de natureza.
Mais do à coragem e conhecimento a
fotografia em dossel requer técnicas especiais, sobre tudo no que diz respeito à
segurança. Atualmente há três categorias principais de ascensão: (Matter, 2010 cit Moffet e Lowman 1995, Barker e
Sutton 1997) os de alta tecnologia; que são métodos onerosos, como plataformas,
dirigíveis e similares, estes rendem bons resultados, mas os altos custos
impossibilitam até mesmo os profissionais de alto escalão de usufruir destas
técnicas. Os de baixa tecnologia; são os
que possibilitam o acesso ao dossel por meio de escaladas em árvores e/ou por
cordas especiais, estes custam menos, no entanto, podem ser desconfortáveis e
se aplicados sem os conhecimentos e técnicas corretas podem causar riscos,
tanto ao fotógrafo como ao ambiente. Por fim ao método baseado no chão; onde o
fotógrafo permanece no chão para obter imagens do dossel, neste basta uma
câmera compatível e um bom binóculo, porém este método pode ser bastante
limitado dependendo da altura do dossel, além das limitações impostas
naturalmente pela iluminação, angulo em relação ao motivo e os obstáculos
naturais, como galhos e folhas que se impõe entre o motivo e o fotógrafo.
Para facilitar, os fotógrafos podem
usar de artimanhas como iscas naturais, chamarizes sonoros (play back) e camuflagem.
Mas para cada possibilidade citada há um preço a ser pago. E tudo isso será abordado
no próximo Workshop de Fotografia de Natureza com o fotógrafo Ederson Godoy o biólogo
e ornitólogo Eric Williams e engenheiro florestal e escalador Jorge Roumie.
Referências
MATTER, S. Von Matter et AL, Ornitologia e Conservação, Rio de Janeiro,
2010. Editora Tecnical Books, (PÁG. 107 a 117).
|
gavião-cabloco (Buteogallus meridionalis) Ave que se divide entre o dossel e o solo. |
|
tiriba-cabeça-de-coco (Aratinga auricapillus), nidificam preferencialmente em dossel. |
|
Alma-de-gato (Piaya cayana) raramente é visualizada longe do dossel. |
|
João-curutu (Bubo virginianus) Ave de rapina que abriga no dossel e caça no solo. |
|
surucuá-grande-de-barriga-vermelha (Trogon surrucura) Ave exclusiva de dossel. |
|
Sauá ( Callicebus sp) nunca desce ao solo. |
|
Bugio ( Bugio allouatta) raramente desce ao solo. |
|
perereca-verde também encontrada em dossel. |
|
Bromélia, grupo de plantas tipica de dossel. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário