quarta-feira, 13 de julho de 2016

Parque Estadual do Ibitipoca.

Este texto é uma prévia do projeto "livro fotográfico descritivo" de algumas Unidades de Conservação de Minas Gerais que contemplará algumas Unidades de Conservação do estado mineiro representando os diferentes biomas e ecossistemas do estado. 

Parque estadual do Ibitipoca

    O Parque Estadual do Ibitipoca é dos daqueles lugares onde a vida selvagem mostra sua força, resiliência e adaptabilidade. Em meio ao solo quase inexistente, brota uma vegetação rude, mas de beleza singular, com várias espécies de orquídeas, velloziaceas, melastomataceaes entre muitas outras. O predomínio é dos campos rupestres entre afloramentos quartzíticos, associados a outros tipos de vegetação nas encostas, e nas matas de galerias que protegem lindas corredeiras de águas cristalinas.

    A altitude acima de mil metros, o solo e o clima propícia a vegetação singular entre os ecossistemas brasileiros, no qual as espécies se adaptaram a essas condições durante milhões de anos, sobrevivendo com um mínimo de água disponível e sob intensa insolação. 

    Outra peculiaridade de Ibitipoca são os liquens, ou fungos liquenizados, que é uma associação entre fungos e algas para sobrevivência em climas extremos. Segundo os levantamentos são aproximadamente 350 espécies que habitam as florações rochosas e os troncos tortuosos e espessos da vegetação local, a exemplo das candeias. Esse fato levou a inclusão do Parque Estadual do Ibitipoca em um índice internacional das localidades mais importantes em diversidade de liquens do mundo.

   O parque ainda é abrigo para uma rica diversidade da fauna, segundo o plano de manejo são 189 espécies de aves, com algumas preciosidades como o pavó (Pyroderus scutatus), a águia-chilena (Geranoaetus melanoleucos), o açari-banana (Baillonius bailloni), o uru-capoeira (Odontophorus capueira), e o taperuçu (Cypseloides sp). Entre os mamíferos destaques para o lobo-guara (Chrysocyon brachyurus), e primatas como o bugio (Allouatta fusca) e o sauá (Callicebus personatus).

    Entre os anfíbios, a perereca Bokermannohyla ibitipoca, leva o nome da serra por ter sido descoberta no parque. No que se diz respeito aos répteis a ocorrência da lagartixa-das-pedras (Tropidurus itambere). Outra raridade que habita o parque é Peripatus acacioi, um misto de inseto e minhoca, com pouco mais de 1,5 cm, tentáculos na cabeça e patas laterais. Uma espécie de milhões de anos, que sobreviveu a mudanças climáticas, gelo e queimadas, um verdadeiro dinossauro vivo.

    Entre as atrações do parque estão também às cavernas, sendo 15 conhecidas e com possibilidades de outras ainda não descobertas, estas são de diferentes tamanhos formatos fruto de fenômenos distintos, mas sempre associadas às camadas de quartzito fino micáceo que são mais suscetíveis a dissolução, por oferecer maior superfície de contato com a água (CORREA NETO, et alli, 1993).

    Contudo, o ponto mais conhecido de Ibitipoca ainda é a Janela do Céu que faz jus ao nome, um verdadeiro paraíso que análoga a bíblia a caminhada de acesso é longa, porem as paisagens transforma o que seria um caminho árduo em contemplação e prazer. A Janela do Céu é uma cachoeira com mais de 180 metros de altura contendo 7 quedas, situada numa mata de galeria no topo de um morro, cujo acesso se da na parte de cima, no qual o céu se espelha na água entre a moldura natural da vegetação ciliar, uma verdadeira pintura da natureza.

Paisagem de Ibitipoca

Maria-preta-de-garganta-vermelha (Knipolegus nigerrimus) ave típica de florações rochosas em altitude. 
Sinalização do parque 
Amarillis sp, floração típica dos campos rupestres da região. 
Isabelia violacea, orquídea epífita abundante no parque. 
Ponte de Pedras
Paredões de pedras no circuito das águas

Janela do céu, o ponto mais visitado pelos turistas. 
Cruzeiro, a mais de 1700 metros de altitude. 
Cachoeira dos Macacos. 
Uma das muitas grutas do parque. 
Bugio, espécie que habita as matas de galerias da região. 

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