Este texto é uma prévia do projeto "livro fotográfico descritivo" de algumas Unidades de Conservação de Minas Gerais que contemplará algumas Unidades de Conservação do estado mineiro representando os diferentes biomas e ecossistemas do estado.
Parque estadual do Ibitipoca
O Parque Estadual do Ibitipoca é dos daqueles lugares onde a vida selvagem mostra sua força, resiliência e adaptabilidade. Em meio ao solo quase inexistente, brota uma vegetação rude, mas de beleza singular, com várias espécies de orquídeas, velloziaceas, melastomataceaes entre muitas outras. O predomínio é dos campos rupestres entre afloramentos quartzíticos, associados a outros tipos de vegetação nas encostas, e nas matas de galerias que protegem lindas corredeiras de águas cristalinas.
A altitude acima de mil metros, o solo e o clima propícia a vegetação singular entre os ecossistemas brasileiros, no qual as espécies se adaptaram a essas condições durante milhões de anos, sobrevivendo com um mínimo de água disponível e sob intensa insolação.
Outra peculiaridade de Ibitipoca são os liquens, ou fungos liquenizados, que é uma associação entre fungos e algas para sobrevivência em climas extremos. Segundo os levantamentos são aproximadamente 350 espécies que habitam as florações rochosas e os troncos tortuosos e espessos da vegetação local, a exemplo das candeias. Esse fato levou a inclusão do Parque Estadual do Ibitipoca em um índice internacional das localidades mais importantes em diversidade de liquens do mundo.
O parque ainda é abrigo para uma rica diversidade da fauna, segundo o plano de manejo são 189 espécies de aves, com algumas preciosidades como o pavó (Pyroderus scutatus), a águia-chilena (Geranoaetus melanoleucos), o açari-banana (Baillonius bailloni), o uru-capoeira (Odontophorus capueira), e o taperuçu (Cypseloides sp). Entre os mamíferos destaques para o lobo-guara (Chrysocyon brachyurus), e primatas como o bugio (Allouatta fusca) e o sauá (Callicebus personatus).
Entre os anfíbios, a perereca Bokermannohyla ibitipoca, leva o nome da serra por ter sido descoberta no parque. No que se diz respeito aos répteis a ocorrência da lagartixa-das-pedras (Tropidurus itambere). Outra raridade que habita o parque é Peripatus acacioi, um misto de inseto e minhoca, com pouco mais de 1,5 cm, tentáculos na cabeça e patas laterais. Uma espécie de milhões de anos, que sobreviveu a mudanças climáticas, gelo e queimadas, um verdadeiro dinossauro vivo.
Entre as atrações do parque estão também às cavernas, sendo 15 conhecidas e com possibilidades de outras ainda não descobertas, estas são de diferentes tamanhos formatos fruto de fenômenos distintos, mas sempre associadas às camadas de quartzito fino micáceo que são mais suscetíveis a dissolução, por oferecer maior superfície de contato com a água (CORREA NETO, et alli, 1993).
Contudo, o ponto mais conhecido de Ibitipoca ainda é a Janela do Céu que faz jus ao nome, um verdadeiro paraíso que análoga a bíblia a caminhada de acesso é longa, porem as paisagens transforma o que seria um caminho árduo em contemplação e prazer. A Janela do Céu é uma cachoeira com mais de 180 metros de altura contendo 7 quedas, situada numa mata de galeria no topo de um morro, cujo acesso se da na parte de cima, no qual o céu se espelha na água entre a moldura natural da vegetação ciliar, uma verdadeira pintura da natureza.
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Paisagem de Ibitipoca |
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Maria-preta-de-garganta-vermelha (Knipolegus nigerrimus) ave típica de florações rochosas em altitude. |
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Sinalização do parque |
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Amarillis sp, floração típica dos campos rupestres da região. |
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Isabelia violacea, orquídea epífita abundante no parque. |
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Ponte de Pedras |
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Paredões de pedras no circuito das águas |
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Janela do céu, o ponto mais visitado pelos turistas. |
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Cruzeiro, a mais de 1700 metros de altitude. |
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Cachoeira dos Macacos. |
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Uma das muitas grutas do parque. |
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Bugio, espécie que habita as matas de galerias da região. |
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