Os liquens são associações
simbióticas entre fungos e algas, onde as algas podem pertencer ao reino
Monera, no caso das cianobactérias (antigamente chamadas de algas azuis), ou ao
reino Protista, no caso das algas verdes. Já os fungos (reino Fungi) pertencem,
em sua grande maioria, ao filo Ascomycota (98% dos liquens), com poucos
representantes no filo Basidiomycota (Marcelli 2006).
As algas verdes e cianobactérias
realizam a fotossíntese, são chamadas de fotobiontes (foto = luz;
bionte = ser vivo), enquanto os fungos constituem os micobiontes (mico
= fungo) sendo assim os fungos não necessitam decompor a matéria orgânica
para sobreviverem, pois as algas já realizam a fotossíntese. Por isso os
liquens ou fungos liquenizados não agridem o seu hospedeiro no caso dos
vegetais e são capazes de sobrevirem sobre rochas e até mesmo sobre alguns metais
expostos ao tempo.
Ecologia
Juntamente com as cianobactérias e
musgos, os liquens cumprem o papel de pioneiros da colonização dos substratos
abióticos e bióticos desprovidos de vida, fornecendo matéria orgânica para que
outras plantas e animais possam se instalar e formar comunidades bem
estabelecidas.
Os liquens também servem de abrigo
para insetos, protegem troncos de vegetais e prestam como matéria para ninhos
de aves. Existem algumas espécies que são comestíveis, principalmente na
culinária japonesa, porém isso é bem raro, há também, algumas espécies de uso
medicinal, como Usnea densirostra Taylor, chamada popularmente de “yerba
de la piedra” pelos uruguaios (Osório 1982). Já outras espécies são utilizadas
como base para cosméticos e perfumaria e por fim são muito uteis como bioindicadores
de qualidade de qualidade do ar por ser sensíveis compostos poluentes. (Spielmann 2006).
MARCELLI, M.P. 2006. Fungos
Liquenizados. In: XAVIER FILHO, L., LEGAZ, M.E., CORDOBA,C.V. &
PEREIRA, E.C. (Eds.). Biologia de liquens. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural
Edições Ltda, p. 23-74.
OSORIO, H.S. 1982. Contribution to the lichen flora of Uruguai XVII. The
Scientific name of the “Yerba de la Piedra”. Phytologia 52 (4): 217-220.
SPIELMANN,
A.A. 2006. Fungos Liquenizados (Liquens) Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal
e Meio Ambiente Programa de capacitação de monitores e educadores, São Paulo,
2006. p. 13.
|
Haematommataceae, disposto no tronco de árvore. |
|
Ninho de beija-flor construído basicamente com líquens. |
|
Várias espécies de líquens corticícolas dividem espaço num tronco de árvore. |
|
Algumas plantas se beneficiam dos nutrientes fornecidos pelos líquens para se estabelecerem em ambientes inóspitos como rochedos. |
|
Normalmente líquens e algas são pioneiros na colonização vegetal e animal. |
|
Parmeliaceae |
|
Parmeliaceae |
|
Usneaceae |
|
Algumas espécies de líquens são consideradas bioindicadores de qualidade ambiental. |
Belíssimo trabalho de divulgação. Parabéns.
ResponderExcluir