quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O valor da fotografia de natureza

Paraíso Perdido, Capitólio, MG. 
   
   O mundo da fotografia conta hoje com milhares de dispositivos fotográficos é tanta opção e facilidades que o fotógrafo profissional perdeu mercado sem falar na banalização da fotografia, diga-se de passagem, nem fotografia é mais, e sim um arquivo fotográfico, fato que se elevou com mudança da fotografia analógica para a fotografia digital.
O fim da fotografia analógica e o advento do mundo digital corroeram muitos mercados da fotografia, como por exemplo, o fato de várias revistas mensais se transformaram em sites, mesmo que seja um avanço e tenha várias vantagens, como as ambientais e a globalização da informação muita coisa se perdeu, em especial a fotografia que deixou de ser fotografia para se tornar arquivo, e o que era antes era um documento que poderia perdurar por séculos, agora dura apenas alguns dias ou até mesmo horas graças à dinâmica do mundo digital onde tudo é muito fugaz e efêmero.

Um foto publicada em redes sociais embora tenha muitas visualizações,  mas é facilmente esquecida. 

    Mas de todos os profissionais relacionados à fotografia o fotógrafo de natureza é um dos que mais sofreram com os impactos da tecnologia, se por um lado a fotografia digital facilitou com o aperfeiçoamento dos equipamentos, como ver a foto no LCD, o  live view, o foto shop, a fotografia raw entre inúmeros outros benefícios. Por outro lado o profissional viu seu trabalho desvanecer pelos mesmos caminhos que lhe trouxeram as oportunidades, mas como dizia o saudoso Marigo: “persista sempre, desistir nunca...”
beija-flor-de-orelha-roxa (Colibri serrirostris)
    Mas, contudo quanto vale uma foto, há vários fatores que deverão ser analisados ao orçar uma foto e o principal é: “não é porque faz o que gosta que seu produto não tenha valor monetário” não se apegue ao prazer e não se restrinja a labuta. Considere sua experiência, seu conhecimento empírico e técnico, seu olhar, seu profissionalismo, os equipamentos necessários para o registro, o momento, o tempo, a raridade do que foi registrado e o que mais que pode ser calculado, no final das contas chegará à conclusão estará cobrando muito pouco, ao contrário do seu cliente que te achará louco por cobrar tanto por uma “foto”. Vale considerar que o preço dos equipamentos é sempre elevado devido principalmente aos impostos, pondere que um profissional faz o melhor, e, que em natureza o equipamento, sim faz a diferença! Mas não somente...

Simples e belo
Algumas espécies animais dificilmente são visualizadas o que pode valorizar o valor de um registro.  
Animais facilmente encontrados podem gerar bons registros exercendo uma ação inusitada 

Normalmente bons registros requer lugares poucos explorados e de difícil acesso 

Um grande inimigo do fotógrafo da natureza é a destruição ambiental e a antropização. 
Toda paisagem é dinâmica e bons registros requer esperá. 

Workshop e cursos dão experiência e é também uma ótima oportunidade para trocar ideias e esclarecer dúvidas, mas nem sempre são baratos. 

A criatividade é o melhor caminho para sair do básico. 

Fotografias noturnas requer equipamentos específicos, boa técnica e muitas tentativas e erros , e nem sempre o resultado é o esperado. 

existe uma diferença entre uma boa foto, e uma foto bonita. 

As vezes a busca é longa, e quando há o encontro o resultado não é bom

Em natureza o fotógrafo depende das condições ambientais das condições geográficas e uma série de outros fatores que nem sempre podem ser superados. 

Nem sempre seu melhor registro é que lhe trará frutos, uma fotografia não depende apenas da estética, como todo produto tem que haver uma demanda. 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A beleza dos ipês-amarelos




    Uma das árvores que mais se destacam na primavera e no inverno são os ipês, que enfeitam praças e ruas, sendo várias espécies pertencentes à família bignoniaceae , existem rosas, brancos, roxos e amarelos, lembrando que não são as cores que distinguem a espécie, como o ipê-amarelo por exemplo, existem várias espécies: Handroanthus chrysotrichus (ipê-amarelo-cascudo), Handroanthus ochraceus (ipê-do-cerrado) e o Handroanthus albus (ipê-da serra), Handroanthus serratifolius (pau-d’arco-amarelo) e Handroanthus umbellatus (ipê-do-brejo) Lorenzi (2002), entre vários outros, Todos estes nativos do Brasil.


    Todas estas espécies são nativas encontradas nos biomas brasileiros são utilizadas em arborização urbana que é composta principalmente de árvores exóticas, ou seja, provindas de outras regiões, países e até mesmo continentes, como por exemplo, o flamboyant nativa da Ilha de Madagascar e da África do Sul a espatódea também africana, os pinheiros ciprestes americanos, entre vários outros. 


    Para atender os requisitos da arborização urbana uma árvore precisa de vários requisitos, como o tamanho da copa e das raízes, beleza, frutos entre outros que varia conforme o local em que se planta; praça, jardim ou rua ou também conforme a região ou o planejamento urbano, porém em grande parte dos casos os engenheiros e responsáveis consideram apenas a beleza, o que explica o grande número de espécies exóticas em um país tão biodiverso. 


    Contudo os ipês brasileiros quebraram um pouco dessa hegemonia das árvores exóticas, pois além de lindas são normalmente de médio porte, suas raízes não são tão grandes a ponto de causar prejuízos às construções e atraí muitas aves, principalmente beija-flores. A fim de valorizar e retratar a beleza dessas árvores fui à natureza atrás das matrizes mostrando elas em estado natural no seu “gênesis” fotografei 3 espécies ocorrentes no sul de Minas, o ipê-cascudo, ipê-do-brejo e o ipê-da-serra, sendo este último ameaçado de extinção. 



Ipê-cascudo



besourinho-de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus) visitando o ipê

As cores do pôr do sol, contrastando com as cores vibrantes do ipê-amarelo

Ipê-do-brejo

beija-flor-flor-de-peito-azul (Amazilia lactea) polinizando o ipê

Ipê-amarelo ao entardecer, Bairro Tripuí, Caldas, MG. 

Ipê-amarelo em noite estrelada