Para os fotógrafos de
natureza os meses chuvosos pode ser entediante, pois além da chuva já ser uma empecilho
natural aos equipamentos e a própria logística, há ainda uma perda considerável
de motivos, principalmente da fauna que se entoca. No entanto, há alguns grupos que os meses
chuvosos são propícios, como os anuros, por exemplo. Mas se quer algo mais
fácil e menos ágil tem os cogumelos que são macrofungos, na grande maioria
saprófitos ou micorrízicos, ou seja, fungos decompositores de madeira, por
exemplo, e os micorrízicos que são aqueles estabelecem relações de simbiose,
como em raízes. Estes são os fungos fotografáveis, pois o reino
fungi é numeroso, que pode habitar desde á objetiva da sua maquina até entre os
dedos do seu pés.
Mas, deixando a
biologia de lado, fotografar cogumelos tem lá suas vantagens como também tem
seus empecilhos, talvez a primeira grande vantagem seja a sua diversidade e a
razoável facilidade em encontrá-los que se contrapõe ao tempo de suas vidas, já
que são mais abundantes nos meses chuvosos, isso falando para a região sul e
sudeste do Brasil, pois se beneficiam de umidade e calor, já na região norte esse
problema não existe, já que calor e umidade é uma constante.
Outra vantagem dos
fungos é que são praticamente estáticos, permitindo assim exposições mais longas,
já que na grande maioria encontram-se dispostos em solos florestais com pouca iluminação,
há ainda o desafio de fotografá-los em meio a galhos podres e folhas mortas,
atrapalhando ou ajudando na composição e enquadramento. A dica é usar um tripé
leve, maleável e que consiga deixá-lo a poucos centímetros do chão, o ideal é
sempre alinhá-los a objetiva, fotos de baixo para cima também é interessante
para algumas espécies.
Outra questão a
enfrentar é o tamanho, que pode variar de alguns milímetros a vários
centímetros, por isso uma objetiva macro 100 mm ou 50 mm é sempre recomendável, conciliada com aberturas menores, entre F8 à F22, o que novamente remete a velocidades mais
baixas, reforçando o uso de tripés. Outra opção é usar flash, neste caso é bom
usar rebatedores que pode ser uma simples folha de papel em branco para
iluminar as partes inferiores, principalmente aqueles conhecidos como cogumelos
de chapéu. O flash também é indicado em casos de contraluz.
Quando se fotografa
fungos há outra discrepância; possivelmente fará registros únicos, ainda
“indocumentados” se por um lado isso é bom por outro há o problema de
identificá-los e até mesmo de dar uma finalidade a estas imagens, daí entra a
imaginação, pesquisas e se possível uma parceria com um especialista.
Um mundo literalmente
quase que desconhecido, cheio de cores, formas e tamanhos, estão por aí, prontos
para ser desvendados, fotografados e documentados. Assim que a chuva der uma
paradinha corra até o quintal, a mata mais próxima e se delicie no mundo dos
duendes.
Tabela de prós e contras
Prós
|
Contras
|
Dicas
|
Abundantes
|
Vida
curta
|
Aproveite
as temporadas
|
Imóveis
|
Dispostos
em locais com pouca luz
|
Use
tripé
|
Diversificados
|
Dispostos
em locais de difícil acesso
|
Use
flash e rabatedores
|
Pouco
documentados
|
De
difícil identificação
|
Associe
a um especialista\ pesquise
|
Atraem
insetos
|
Insetos
minúsculos
|
Uso
de objetivas macros
|
Vários
tamanhos
|
Grande
parte são minúsculos e delgados
|
Uso
de objetivas, macros, diafragma fechado, baixa velocidade, foco manual
|
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Clathrus columnatus |
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Clavaria zollingeri |
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Collybia sp |
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Cyathus striatus |
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Cookeina sp |
|
Marasmius sp |