Algumas vezes
fui questionado, por que me interesso pelas coisas da natureza, como bem
definiu Chamfort: “Hoje em dia,
aqueles que amam a natureza são acusados de romanescos.”
Primeiramente, acredito que não importa a tecnologia que desfrutamos, a
onde moramos, o que fazemos para sobreviver e no que acreditamos, somos
dependentes dos recursos naturais. Não há nada que temos ou que desejemos ter
que não venha da natureza, ela é nossa mãe da qual somos parte. Não é uma
questão de gostar ou não ela faz parte de mim como eu dela.
Não é somente uma tese filosófica, romântica,
religiosa ou puramente teórica, somos à natureza. Diversas pesquisas já
mostraram que o simples fato de caminharmos numa área natural já nos traz
benefícios a saúde. Por estarmos “desnaturalizados” não sabemos e não
conhecemos todos os benefícios que a natureza nos proporciona. Quantos remédios
poderíamos deixar de tomar? O quanto o poder público poderia economizar se
vivêssemos em acordo com as leis naturais? Mas hoje, acreditamos somente no que
é industrial, no que o capitalismo e a mídia nos impõem, aliás, a mídia parece
ser a solução de todos nossos problemas, ela é entretenimento, nossa fonte de
informação, quem nos dita o que vestimos, o que comemos, no que devemos acreditar
e por aí vai, e se quer questionamos o que há por traz de tudo isso. “Nós
sentimos bem na natureza porque ela não nos julga”(Percy, 2011), Por outro
lado, segundo a mídia, nunca estamos bem sempre nos falta algo. Como muito bem disse Nietzsche, “Na natureza
podemos nos dar o luxo de sermos nós mesmos”.
A mesma ciência que nos faz “seres
tão superiores” nos mostra que temos mais de 90% (Ingold,1994) de semelhança genética com
certos animais e não poderia ser diferente, se durante milhões de anos fomos e
ainda somos seres puramente selvagens não vão ser os tablets, automóveis e
todos os aparatos tecnológicos que nos farão diferentes. “Nenhuma forma superior de
vida animal pode deixar de se relacionar pelo menos com algumas outras espécies
que vivam no mesmo território” (Morris, 1967). Ainda somos animais,
embora com menos pelo.
Já parou para pensar que independente do nosso
status social, temos as mesmas necessidades que todos os outros animais que
julgamos irracionais: Temos que comer, beber, defender nosso território,
procriar, etc. Todos os outros animais não fazem as mesmas coisas? Por que, e
no que somos melhores? Por que em vez de mostrar nossa virilidade através da
força mostramos através do motor de um carro?
Conforme cita Colombini no livro Fotografia de
Natureza Brasileira: “dentro de cada um existe o desejo do reencontro com as
coisas naturais, o contato com a natureza apazigua, equilibra, nutre, desperta
sentidos, questiona, explica.” E se afastamos perdemos força, , se olhássemos
mais para a natureza grande parte destes problemas seriam tornamos frios,
perdemos vitalidade e sabedoria, a grande prova é os diversos problemas
ambientais sanados. “Quando os
homens não olham para a natureza, julgam sempre poder melhorá-la” (John Ruskin).
Mas somos racionais,
raciocinamos. E mesmo assim somos os animais mais destrutivos, e pior, os mais alto-destrutivos
da terra. “O mundo tornou-se perigoso porque
os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos”
(Albert Schweitzer). Alto denominamos Homo sapiens, mas será que conhecimento é sabedoria? Muitos
conhecimentos adquirimos e acumulamos, mas quanto desse conhecimento nos é
realmente necessário e vital? A verdade é que ultimamente estamos muito
preocupados com o leite esquecendo que antes do leite vem à vaca.
Como qualquer outro animal nascemos selvagem, mas podemos ser domesticados |
Só não
admiramos a natureza porque não a conhecemos.
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A tecnologia
jamais suprirá nossas carências de natureza.
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Todo nosso
poder vem da natureza por isso nunca seremos maiores do que ela.
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Domesticar é a
forma mais cruel e mais sutil que temos de expressar nossos conhecimentos a
respeito dos outros animais.
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Temos mais de
90% de semelhança genética com alguns animais, e essas semelhanças não se limitam
somente a genética.
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Primeiro nos aprisionamos depois
aos outros animais e plantas.
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O que vamos procurar na natureza
jaza dentro de nós.
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A maior dificuldade que
enfrentamos na selva de pedra é de não poder ver o horizonte.
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Só cuidamos daquilo que
conhecemos.
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A grande barreira que existe
entre o homem e as demais criaturas é a ignorância.
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